• How to Blow Up a Pipeline

    How to Blow Up a Pipeline

    ★★

    Fica em um limbo bem genérico entre um filme da Kelly Reichardt e um thriller indie com roteiro espertinho.

    Apesar de, teoricamente, ter uma abordagem mais interessante que o Night Moves (filme da Reichardt com temática semelhante) porque se foca mais na ação prática do ato de destruição, toda a motivação dos personagens e possível debate sobre o tema são bem ilustrativos.

    Até o uso do 16mm parece meio deslocado. A imagem ganha uma textura interessante que faz com que…

  • The Super Mario Bros. Movie

    The Super Mario Bros. Movie

    ★★★½

    Me remeteu um pouco à fórmula da Marvel. É um filme com uma estrutura clássica que dosa bem os seus momentos de drama e comédia e, na medida do possível, tenta integrar o aspecto nostálgico de modo mais prático e dinâmico do que gratuito.

    A nostalgia e os easter eggs nunca são o tema, mas funcionam como pequenas consequências das ações dos personagens durante a jornada. É muito mais enxuto e ilustrativo do que um filme da Marvel, mas o…

  • Evil Dead Rise

    Evil Dead Rise

    ★★★

    A melhor coisa é que ele não tenta ser um “filme de roteiro”. Não faz questão de se explicar muito e é bastante focado nas situações de embate e nojeiras entre os possuídos e os não possuídos. Até se utiliza bem das limitações da locação pra repensar algumas dinâmicas desses confrontos.

    Pelo menos nesse ponto, ele dialoga bem com a essência prática da franquia. O apelo está muito mais nas possibilidades gráficas que a premissa permite do que em qualquer…

  • Guardians of the Galaxy Vol. 3

    Guardians of the Galaxy Vol. 3

    ★★★★

    This review may contain spoilers. I can handle the truth.

    Em teoria, ele meio que faz o que o último ANT-MAN tenta fazer. É um filme muito mais focado nos apelos do próprio universo e dos seus personagens e não tanto nas demandas do UCM. A diferença é que, na prática, tudo o que ANT-MAN fez de errado, ele faz certo.

    O Gunn se aproveita muito bem dessa liberdade pra construir um arco melodramático com a figura do Rocket que, provavelmente, não seria possível antes. Além disso, a afinidade entre…

  • Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves

    Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves

    ★★★

    A pegada comédia-drama-aventura fica no meio-termo entre uma cartilha da Marvel e momentos mais estimulantes e inventivos que me lembram até algumas coisas do Edgar Wright.

    A comédia é melhor do que a dos filmes da Marvel (ou de um blockbuster médio de aventura) porque geralmente está bem integrada a aspectos práticos da ação em cena. Não é algo que depende totalmente da sacadinha do texto e encontra punchlines visuais bem eficientes em vários momentos

    A aventura e toda a…

  • The Pope's Exorcist

    The Pope's Exorcist

    ★★★

    É um filme que tenta relacionar uma tradição mais clássica dessa temática do exorcismo com uma pegada contemporânea.

    Ele conserva um aspecto bem solene na caracterização dos cenários e tem uma decupagem baseada numa formalidade não tão comum em trabalhos comerciais de terror recentes (principalmente pela forma que dá uma atenção especial aos elementos da composição com a lente anamórfica e no uso dos planos fixos).

    Os seus melhores momentos derivam de um choque entre essas ideias. O diretor enquadra…

  • The Little Foxes

    The Little Foxes

    ★★★★★

    Se eu fosse obrigado a usar apenas um filme pra ensinar pra alguém sobre decupagem, eu escolheria esse.

    As mínimas escolhas geram os efeitos máximos.

    O fato do Wyler rejeitar a lógica de uma montagem psicológica mais didática e fazer um filme altamente econômico na cobertura de planos mas que, ainda assim, tira o máximo da carga dramática das cenas e do elenco, é dos maiores feitos do cinema norte-americano.

  • The Best Years of Our Lives

    The Best Years of Our Lives

    ★★★★½

    Em relação ao que o Gregg Toland faz com a profundidade de campo, funciona como uma antítese do Cidadão Kane.

    Ele e o Wyler mantêm a alta profundidade de campo, mas diferente do Welles que adorava criar áreas nebulosas, sombras e zonas de estímulos visuais muito específicas, aqui tudo é o mais objetivo e claro possível.

    É interessante como o Bazin usa muito os dois cineastas como exemplo, mas sempre consegue delimitar exatamente essas diferenças de propostas a partir do…

  • Peter Pan & Wendy

    Peter Pan & Wendy

    ★★½

    Meio genial - pra não dizer trágico - que os “filmes de arte” do David Lowery sejam mais coloridos e possuam imagens mais vibrantes do que as coisas que ele faz pra Disney.

    Essa obsessão por paletas monocromáticas e escuras que está na moda (parte de uma pira por realismo e parte pra deixar o cgi menos evidente) é das coisas mais feias que está rolando no cinema industrial dos dias de hoje.

    De toda forma, apesar de escolhas estéticas…

  • Beau Is Afraid

    Beau Is Afraid

    ★★★★

    Está mais pra um filme que preserva uma jornada clássica e objetiva que, durante o seu trajeto, se depara com personagens excêntricos e subtramas particulares, do que um filme que de fato deseja desconstruir muita coisa.

    Me passa a sensação de uma proposta mais tradicional na sua dinâmica geral do que está sendo vendido ou discutido. Tanto no sentido dele explorar essas tradições de um retorno do filho pródigo, do arquétipo do filho judeu, como também no fato da estrutura,…

  • Empire of Light

    Empire of Light

    O Sam Mendes juntou todas as cartilhas de “temas importantes” que encontrou pela frente e ainda tentou enfiar uma ideia aleatória (e bem duvidosa) do cinema como uma espécie de redenção das dificuldades humanas.

    Em teoria, eu até acho que se dessem esse projeto pro Spielberg (filmando em 35mm com o Kamiński, claro) sairia algo com bons momentos. Mas o Mendes realmente tava engajado em fazer um FILME DE CONTEÚDO com todas as letras.

    Não existem personagens, existem avatares de…

  • John Wick: Chapter 4

    John Wick: Chapter 4

    ★★★★

    É aquele tipo de filme de ação “cansativo” no bom sentido. Talvez até mais do que nos outros longas da franquia, a estrutura narrativa não busca uma evolução propriamente, mas a repetição das mesmas ações em cenários e escalas diferentes.

    É uma estrutura que deseja, antes de tudo e, paradoxalmente, enfatizar a imobilidade do personagem. Por mais que ele passe por cenários diferentes, praticamente nunca consegue sair do lugar enquanto vai apenas respondendo à violência.

    As cenas de ação, aqui,…