Revendo A vida invisível do Gonçalves, de que continuo a não gostar muito; huis clos lúgubres dão o tom neste filme de câmara a que abomina luz do sol e o ar fresco; me parece que ele procura uma gravidade forçada, como signo necessário de nobreza; neste ponto, Lourcelles tem razão contra o Ocidente, que sempre confundiu seriedade com sisudez; não é porque Antonioni era grave, casmurro que ele era superior, que dizia mais Verdades que Risi, que sempre preferiu…
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El Conde 2023
Não sei se Larraín viu as obras-primas de vampirismo de Portabella, Cuadecuc ( este um ensaio sobre o fora de campo tópico de uma equipe de filmagem de Jesus Franco) ou Umbracle, com um subtexto mais abertamente histórico e político ( o uso de um velho filme de guerra do gênero Actualités); se não viu, deveria ter visto, porque El conde é um flatus vocis terrível, como diriam os latinos, o que traduzido equivaleria a se demandar "que diabos vale…
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Dry Ground Burning 2022
Com Mato seco em chamas, o cinema de Adirley Queirós atingiu o monumental: toda a epicidade latente, até então restrita às trocas com o imaginário de "Branco sai, preto fica", com a tematização do bolsonarismo chega a uma via objetiva, se expande e palpita através de um olhar genialmente clínico, como este lento travelling sobre os corpos embandeirados na Esplanada; Marte um tomava como ponto de partida o bolsonarismo como o índex atroz e histórico de uma nova percepção traumática…
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Cruising 1980
Revendo os 30 primeiros primorosos minutos de Cruising, penso que os militantes gays mais inteligentes rejeitaram o filme porque ele se coloca sem mais quimeras sob o ponto de vista do assassino, de seu fantasma expressionista ( e o expressionismo é uma arte das profundezas, ou seja: da alma, aqui do cenário como dos personagens, assombrados todos); mas haveria como gerar um grande filme sem o espectro da ação, daquele que comete o crime? se não quisermos obras novelescas mièvres…