Em 6 de abril de 1917, em meio à Primeira Guerra Mundial, o reconhecimento aéreo britânico observou que o exército alemão recuou para a Linha Hindenburg, França, que poderia abrir caminho para uma investida das tropas britânicas, porém, com as linhas telefônicas de campo cortadas, dois jovens soldados, William Schofield (George MacKay) e Thomas Blake (Dean-Charles Chapman), são ordenados pelo general Erinmore (Colin Firth) a saírem da zona segura para levarem uma mensagem ao coronel Mackenzie (Benedict Cumberbatch) do 2º Batalhão do Regimento de Devonshire, alertando uma emboscada do exército alemão, cancelando um ataque programado para a manhã seguinte, que colocaria em risco a vida de 1.600 homens da tropa britânica, incluindo o tenente Joseph Blake (Richard Madden), irmão de Tom.

Contando com a fotografia espetacular do Roger Deakins, que já tinha conquistado um Oscar por Blade Runner 2049 (2018), conseguindo novamente dois anos depois por 1917 (2019) (que também ganhou o Oscar de Melhor Mixagem de Som e Melhor Efeitos Visuais), o filme é apresentado praticamente inteiro em planos-sequência impressionantes. É inegável o belíssimo trabalho de direção do Sam Mendes, que também co-escreveu com Krysty Wilson-Cairns, porém o filme ainda assim tem alguns defeitos que atrapalharam um pouco a experiência: coincidências bem forçadas, conveniências narrativas, soldados inimigos com a mesma pontaria de alguém que está vendado, uma mulher com um bebê que parecem terem sido jogados ali para dar um drama a mais (o que foi totalmente desnecessário para a história)...

Contudo, seria muito injusto dizer que o filme é ruim. O filme no geral é bom, mesmo sendo mais interessante em relação ao visual do que quanto à profundidade do roteiro. Mesmo assim, destaca-se a atuação do George MacKay, que é absurda. Eu só conseguia pensar o quão árduo deve ter sido o processo de ensaio de todas as cenas e a tensão por não poder cometer um erro sequer durante a gravação. Uma pena que outros atores tenham tido pouco tempo de tela, sendo meio que desperdiçados. Vale a experiência.